Comecei a praticar Lu Jong no início de 2025 e, alguns meses depois, iniciei a formação. Já havia experimentado outras modalidades de yoga, como a Hatha Yoga e a Ashtanga Yoga, mas escolhi o Lu Jong por sentir uma forte conexão dessa prática com o budismo, que estudo e pratico há mais de dez anos. Até então eu não sabia nada sobre os movimentos específicos do Lu Jong e encontrei dificuldades, especialmente naqueles que exigiam mais dos ombros e joelhos.
No começo da formação, uma das maiores barreiras foi perceber o relaxamento da mente. O esforço físico me desgastava, causava dores e até certa aflição.
O Lu Jong, prática originada da tradição tibetana do Tantrayana, tem como objetivo imediato fortalecer e manter a saúde do corpo. A partir dessa consciência corporal, a mente naturalmente se transforma, tornando-se mais relaxada. No Tantrayana, o corpo é entendido como um veículo para o desenvolvimento e a transformação interior.
Confiando nas orientações da minha professora, intensifiquei os treinos, mesmo ainda sentindo dificuldades. Pouco antes da primeira avaliação, pratiquei por alguns dias seguidos e percebi pequenas mudanças.
Minha trajetória profissional é na área de Tecnologia da Informação. Trabalhei mais de 20 anos em grandes consultorias e, recentemente, abri minha própria empresa. Gosto do que faço, mas a rotina exige muito da mente. Há dias especialmente desafiadores e cansativos, pelo contato constante com pessoas e demandas.
Em um desses dias de grande estresse e impaciência, combinei com meu companheiro (que também faz a formação) de estudarmos e praticarmos juntos. Iniciar foi difícil, mas, à medida que realizava cada movimento dos Cinco Elementos (tema que tratarei em outro texto), fui me acalmando. Pela primeira vez, senti claramente o efeito da prática no relaxamento da minha mente.
Essa experiência me mostrou que, mesmo em meio às dificuldades iniciais, o Lu Jong pode ser um caminho poderoso para equilibrar corpo e mente. Ele reúne o que sempre busquei nas outras formas de yoga e, ao mesmo tempo, aprofunda a minha prática espiritual, por estar tão próximo do budismo que sigo há tantos anos. A cada movimento, percebo que o relaxamento não surge apenas quando tudo está fácil, mas principalmente quando atravessamos os desafios com constância e abertura.
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